sábado, 14 de janeiro de 2012
BRASILEIRA RESIDENTE EM NATAL-RN AJUDOU A RESGATAR VITIMAS DO NAUFRAGIO DO CRUZEIRO NA ITALIA
Eram por volta de 22h30 da noite de sexta quando a estudante brasileira Sherly Cristiane Matias da Silva, de férias na ilha de Giglio, disse ter visto, por meio de um canal que transmite imagens de câmeras instaladas no porto, uma movimentação estranha. “Um amigo tinha avisado que um cruzeiro tinha se aproximado demais da costa. Então resolvemos ir até lá para ver o que estava acontecendo”, relatou a brasileira de 26 anos, por telefone, da ilha. Ao chegar no porto, Sherly disse ter se deparado com o navio já bastante inclinado e mais de 100 pessoas, entre as quais idosos e crianças, nadando desesperadas para chegar à costa
As pessoas nem sabiam onde estavam. Muitas não falavam italiano. Descemos até as pedras e iluminamos para que vissem onde estávamos, estava muito escuro. Pegamos as pessoas que estavam no mar e levamos para terra firme”, conta.Da ilha, a cerca de 8 km da embarcação, ela conta, era possível ouvir os gritos dos passageiros pedindo ajuda. “Muita gente gritava por ajuda. Dava para ouvir. Você ouvia as pessoas gritando. Era muita gente. Tinha um senhor de 91 anos que feriu a cabeça nas pedras. As crianças estavam muito assustadas.” Alguns, segundo a brasileira, chegaram á costa sem roupa. A temperatura no local, nesta época do ano chega a 0ºC. Após o socorro às vítimas, foi a hora de tentar abrigar as mais de 4 mil pessoas a bordo do cruzeiro. A população da ilha, de 3 mil habitantes, nesta época do ano, inverno na Europa, cai para cerca de 500, segundo Sherley.
“[As pessoas] Ocuparam a igreja, a casa de quem estava no porto, a escola. Todo mundo abriu as portas. Nem no verão essa ilha suporta 4 mil pessoas. Fomos dormir às 5h da manhã”, conta.
Curto circuito De acordo com a estudante, muitas das pessoas com as quais conversou relataram ter ficado quase 1 hora sem saber o que tinha ocorrido. “Eles disseram que, inicialmente, foram informados que havia um problema, um curto circuito, e que a tripulação estava resolvendo.” Só depois desse tempo, com o navio já inclinado, segundo os relatos, é que os botes salva-vidas começaram a trazer os passageiros. “Foi tudo muito rápido. O navio bateu umas 22h e por volta de meia-noite já estava inclinado a uns 80 graus”, conta Sherley.A brasileira de Natal (RN), que desde 2009 passa férias em Giglio, afirma que tinha planejado com o namorado uma viagem a bordo do cruzeiro. “Depois de tudo o que aconteceu, meu namorado perguntou: você ainda quer ir?”
Amauri Arrais Do G1, em São Paulo
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