A sala de estar ainda exalava o cheiro do sangue. Nas paredes azuis, pingos vermelhos. No seio da família, destruição. A narrativa de uma tragédia parece perder força com o contexto. A Polícia Militar aponta o envolvimento com drogas como a causa da morte do jovem Gleidson Fagundes, 19 anos, na manhã desta quarta-feira (11) na zona Norte de Natal. As pedras de crack encontradas dentro da casa da vítima passaram a servir como justificativa para a falta de indignação e investigação dos agentes de segurança pública. A história de Gleidson certamente se perde dentre tantas outras com o mesmo enredo.Hoje, por volta das 4h da manhã, dois homens encapuzados invadiram a casa localizada na rua Vírginia Pires Cunha - loteamento Santa Cecília. Na residência, sem portão, os suspeitos arrombaram a porta e tiraram a vítima da cama, onde dormia com a mulher. No endereço, também estavam o filho e um irmão da vítima. Sem possibilidade de reação, o jovem foi assassinado com tiros de espingarda calibre 12, que fizeram partes da sua cabeça se espalhar pela salar de estar e cozinha. Os demais não ficaram feridos.
Logo após a ação, a dupla fugiu sem ser encontrada pela polícia. De acordo com informações da PM, na casa foram encontradas cerca de 10 pedras de crack. A equipe de reportagem da TRIBUNA DO NORTE esteve no local e conversou com a mãe da vítima. A empregada doméstica Zuleide Fagundes lamentava a morte do filho, mas não brigava por justiça. "Nada vai trazer meu filho de volta. Não estou nem aí se vão encontrar ou não o responsável pelo crime", disse enquanto tomava um calmante na porta de uma outra casa da rua.
O tráfico de drogas é realidade no loteamento, segundo informações de moradores que preferiram não se identificar. "Acho que ele tinha inimigos, mas não sei quem poderia ter feito isso", afirmou Zuleide Fagundes. O velório, que ocorreria na mesma sala em que Gleidson foi assassinado, foi relocado para a sede de uma liderança comunitária. Não houve tempo para limpar adequadamente o espaço.
Fonte tribuna do norte
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